quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Se perguntarem por mim digam que voei


Porque hoje será o primeiro dia de uma longa caminhada da minha vida. Porque eu assim o decidi. Porque os problemas não me deitam abaixo. Porque sou eu. Porque eu busco a felicidade e luto contra aquilo que tiver de lutar para encontrar o meu lugar. O meu lugar... Afinal onde será ele? Procurei-o durante anos e não percebi que ele estava mesmo aqui. Aqui. Junto daqueles que sempre me limparão as lágrimas ao longo desta caminhada. Junto daqueles que me fazem sorrir a todo o custo. Junto daqueles que me mostram que a vida vale a pena. Junto daqueles que pura e simplesmente serão sempre os anjos da nossa vida. Sim, eles existem. Não têm asas mas fazem-nos voar para bem longe até ao mundo dos sonhos. E eu vou voar. Vou descobrir mil sóis e mil luas, mil sítios para amar. Não, não vou ser perfeita. Ou pelo menos perfeita para o mundo. Sou perfeita para aqueles que me amam de verdade e sabem aceitar cada traço imperfeito da minha personalidade. Isso sim é perfeito. Saber que há pessoas que nos amam. Que sempre nos amarão. Aconteça o que acontecer. Faça chuva ou faça sol.


E hoje eu vou voar...


"Se perguntarem por mim digam que voei"

sábado, 6 de junho de 2009

GRITO


Contorço-me.

Sinto-me presa.

Angustiada.

Algo não me deixa respirar.

Algo não me deixa sair daqui.

Quero ver.

Quero sentir.

Cheirar.

Tocar.

Estou presa.

O que será que me prende?

Que horrível força me mantém atada aqui?

Quero sair.

Grito.

GRITO.

A voz não sai.

Mas eu quero gritar.

Eu quero ver a luz.

Preciso dessa luz.

Está longe, a luz.

Mas eu quero.

E eu vou conseguir.

Já não aguento mais.

Maldito lugar.

Sufoca-me.

Deixa-me sentir a suavidade dessa luz.

Deixa-me ser quem sou num mundo em que nada me seduz.

Deixa-me.

Só quero que me deixes.

Nojenta e obscura sociedade que me amarra.

Libertai-me.

Libertai-me das amarras desta gente.

Libertai-me da podridão destas vozes.

Já não aguento mais…

Chegou a hora.

Chegou o fim.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Neta



"A NETA" - versão Capuchinho Vermelho

Material: placa de esponja, spray ou tinta acrilica, bolas de ping pong, cola de contacto.

terça-feira, 31 de março de 2009

Tirem-me

Tirem-me a alegria de viver
Tirem-me a força de amar
Façam-me sofrer
Façam-me chorar

Sejam mais ousados ainda
Tirem-me o riso e a palavra
Tirem-me o verso que finda
E qualquer abracadabra

Tirem-me todos os trunfos da manga
Até a mais vã confiança
E ainda assim,
Haverei de ter esperança

Tirem-me tudo isso
Tudo o que houver para tirar
Que enquanto eu tiver sonho
Jamais me irão alcançar!


Divagando III


Longe de ti, e tu aqui tão perto. Sinto-te, mas sei-te longe. O teu corpo sobre o meu, as mãos entrelaçadas. Sinto o fôlego do teu respirar. A loucura do momento levou-nos ali. Mas seria esse o porto desejado? Desenho os teus lábios num toque suave. Percorro-te com leves carícias. Admiro a perfeição desse teu corpo, a força dessa personalidade. E num abrir e fechar de olhos, tu já não estás. Partiste. Todas as noites a porta, aberta em vão, aguarda o teu regresso… Todas as noites me aconchego, fixando os olhos nessa porta… Imagino-te voltar… Aquele que um dia poderá voltar, mas que nunca virá para ficar… Acordo enrolada em mim…Esperando o teu abraço…

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A esperança faz a mudança


Desde os tempos da minha infância que oiço dizer, pela boca dos mais velhos e portanto daqueles que são portadores da experiência da vida, que «A esperança é a última a morrer». Na ignorância da minha tenra idade nunca soube conotar estas palavras com o devido valor. Só ao longo da vida me fui apercebendo da sabedoria que continha esta afirmação.
De facto, a esperança constitui-se como elemento essencial na modelação do presente e, consequentemente, na construção do futuro. Vejamos a título de exemplo a execução do General sem medo. Humberto Delgado, admirado e idolatrado pelo povo, representou uma forte oposição ao regime salazarista, tentando derrubá-lo através de eleições. É certo que Humberto Delgado foi morto e não conseguiu cumprir o seu objectivo. No entanto, tornou-se num herói capaz de despertar e alimentar a esperança de um povo. Esperança essa que culminaria com a Revolução dos Cravos e a queda do regime a 25 de Abril de 1974.
Também em Maio de 1968, a esperança de um grupo de jovens intelectuais e trabalhadores se manifestou em França na luta por um mundo melhor. Maio de 68 não foi apenas uma revolução estudantil. Foi um movimento que atravessou fronteiras e fez tremer uma nação.
Em suma, a luta pela liberdade fez-se sempre de mãos dadas com a esperança. Só a esperança foi capaz de permitir a mudança. Como diria uma estudante em Maio de 1968: «Sejamos realistas, exijamos o impossível.». Hoje e sempre devemos lutar pelos nossos ideais, mesmo que estes nos pareçam impossíveis, porque a esperança será sempre a última a morrer.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Divagando II



Continuo a divagar… em ondas de mar sem fim… baloiço e tropeço em cada sentimento… e de tanto tropeçar já não sei mais de mim… Quem fui é mistério… Quem sou é enigma… E se não sei o que fui, muito menos o que sou, então jamais poderei saber o que serei… Só tu… Só tu fazes despertar o mistério, só tu sabes resolver o enigma, e talvez só tu sejas capaz de me mostrar o futuro… Só tu… Tu que não sei o que és… mas tu que me fazes saber o que sou… Tu… Só tu… Aquele a quem as palavras jamais descreverão… porque impossível será traduzir em palavras a perfeição…



M.J.

Quanto amor, quanta ternura...


Quanto amor quanta ternura
Tiveste tu para me dar
Com tanto carinho e doçura
Me ajudaste tu a criar

E a menina a quem viste crescer
Tem agora tanto para te agradecer
Todos os momentos de cumplicidade
De alegria, de afecto e amizade

Tanto me ensinaste tu, avó querida
Tanto me amaste tu na tua vida
Que agora me recuso a aceitar
Que Deus para longe te quis levar

Sei que agora deixaste de sofrer
E finalmente encontraste a paz
Mas eu deixei de te ver
E de te ajudar já não sou capaz

E cada dia que passa
É-me impossível esquecer a desgraça
De assistir à tua partida
Sem ter sequer direito à despedida

Só te queria poder abraçar
E contigo mais uma vez brincar
A tua face poder beijar
E vozita te poder chamar

E hoje só te quero dizer
Que jamais te vou esquecer
No meu coração sempre viverás
E dele nunca sairás

Porque o amor de avó e neta
É eterno e nunca morre...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Pobre poeta esquecido...


Pelas ruas da amargura
Anda o poeta perdido
Da pena perdeu a bravura
Pobre poeta esquecido!

Nas margens do rio saudade
Choras poeta a solidão
Onde pára a felicidade
Do teu pobre coração?


Pelas ruas da calçada
Espalhas lágrimas e dor
E na luz da madrugada
Reencontras teu amor

Ó poeta esquecido
Que a paixão deixou perdido
Vê a luz da alvorada
Nessas pedras da calçada


sábado, 29 de março de 2008

Aprender a amar...


A minha alma está perdida
De tanto querer sonhar
A vida passa a correr
E eu não a consigo apanhar


Sei que sou ninguém
Ninguém eu sei que sou
Se sou ninguém serei alguém
Se ninguém sou o que serei?


Talvez eu seja nada
A vaguear por esta vida
Uma simples alma penada
A flutuar sem saída


O que faço aqui afinal
Não sei nem irei saber
Não sei o bem nem o mal
Não sei viver nem morrer


Passo o dia sozinha
Embrulhada em ilusões
Tantas vidas, tantas mágoas
Tantos amores e desilusões


Só desejo que um dia
Alguém venha acordar
Esta pobre alma adormecida
Que nunca aprendeu a amar

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Assim como a chuva cai lá fora...


Assim como a chuva cai lá fora
Nesta tarde tão fria
Também o meu coração chora
Coração que outrora sorria

Dor tão forte ele sente
Dor jamais por ele sentida
Faltas tu, IVO, aqui presente
Para dar sentido à sua vida

Porque bate ele então?
Por ti, só por ti e para ti
Por todos os momentos que ficarão
Para sempre guardados neste coração

Da Terra partiste
Do meu coração não
E como sempre sorriste
Ele continuará a sorrir então

Ensinaste-o a viver
Com toda a alegria que alguém pode ter
Ensinaste-o a amar
Como nunca ninguém ousou tentar

Mas não consegue aceitar que tenhas partido
Que te tenhas ido embora sem o levares contigo
Sem ti ele está perdido
Sozinho, abandonado num porto sem abrigo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Para um dia especial...


Em cada boca
Um beijo forçado,
Em todas as mãos
Um toque exagerado,
Em cada olhar
Um brilho fingido,
Um desejo mentido
Em cada rosto escondido.


Só nele, Ó Deus, eu fui encontrar
A perfeição digna de amar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Divagando I


Divago entre o passado e o futuro na esperança de encontrar uma razão... uma só por mais pequena que esta possa ser... Vivo o presente sentindo o peso do passado e a ânsia de um futuro diferente... um futuro que já não pode mudar as feridas que resultam dos erros cometidos até então... Um futuro que jamais apagará a dor... mas talvez atenue a sua intensidade... Vivo sem conhecer a razão, o porquê... Vivo de sonhos e ilusões, tentando disfarçar todas as imperfeições... Sou a imperfeita que deseja a perfeição na certeza de que jamais a alcançará...
M.J.

Ainda hoje...


Ainda hoje custa acreditar
Que naquele dia tão cinzento
Deus te levou pra tão longínquo lugar

Ainda hoje as lágrimas
Percorrem o meu rosto
Relembrando todo o meu desgosto

Ainda hoje eu sinto a solidão
Daquele dia em que partiste
E destroçaste meu coração

Ainda hoje eu relembro
Que ele quase parou de bater
Tamanha era a dor que o fazia sofrer

Ainda hoje eu vejo estampada
No rosto dos que te amam
A dor, a maldita dor dessa alvorada

Ainda hoje sonho contigo
E acredito que podes voltar
Pra de novo me fazeres sonhar

Ainda hoje penso em ti
E sinto-te em mim
Como no dia em que te conheci

Ainda hoje sinto
O calor do teu abraço
A segurança do teu regaço

Ainda hoje adivinho
O sabor do teu beijo
Acendendo a chama do meu desejo

Ainda hoje vejo
O brilho do teu olhar
Que me fez apaixonar

Ainda hoje eu quero
Poder contigo estar
E ao teu lado pela vida lutar

Ainda hoje eu peço
A Deus com firmeza
O teu regresso na certeza

Ainda hoje...

Ainda hoje...

Ainda hoje eu desejo partir
Para de novo te ver a sorrir!!


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Naquele dia...


Foi naquele dia
Que vi o teu sorriso pela última vez
Quase parecia uma despedida
Sem um mas nem um talvez

Sabias que ias partir
Sabias que nos ias deixar
Mesmo assim partiste a sorrir
E nem te atreveste a chorar

Agora estou aqui sozinha
Sozinha com a minha dor
Onde estás tu anjo da minha vida?
Onde estás tu meu amor?

Algures na Terra
Algures no céu
Mas afinal,
Onde estás tu anjo meu?

Procuro-te procuro-te
E não me canso de te procurar
Só desejo que um dia
Nos voltemos a encontrar

Agora aqui já não sou nada
Agora aqui não sou ninguém
Leva-me pra tua nova morada
Faze-o para o meu bem

A minha vida o vento a levou
E as ondas do mar a fizeram desaparecer
A minha vida na Terra acabou
Já nada mais tenho a fazer

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Hoje...


E hoje quando me olho ao espelho
Não vejo ninguém
Somente a sombra ténue
Daquela que já foi mais além
Hoje sou um resto de nada
Uma alma abandonada
De tudo o que possa existir
Alguém que já não sabe sorrir
Hoje eu trago rancor
Num coração
Que um dia transbordou de amor
Hoje as lágrimas inundam o meu rosto
A dor preenche a minha alma
E a vida é apenas um desgosto
Hoje a luz do sol não é sinónimo de alegria
E o canto do rouxinol
Comigo não está em sintonia
E hoje num dia de calor
De prazer e emoção
Eu apenas sinto a dor
Que carrego no coração
Foi num dia como hoje
Que Deus te levou para longe
E contigo levou a minha alegria
A vontade de viver e aprender
A força da alma que me fazia lutar
A alma que tão bem me ensinou a amar
Deus levou-me tudo
Tudo o que eu queria ter
E esse tudo eras só tu
E a tua alegria de viver
A vontade de sorrir
Mesmo que o mundo esteja a ruir
A vontade de vencer
Neste mundo que só te faz perder
A vontade de sonhar
Num mundo em que tudo está a acabar
O eterno calor
Que me dava o teu amor
A eterna magia
De toda a fantasia
De um mundo de encantar

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E todos os dias peço a Deus
Que finde os dias meus
Que me leve pra junto de ti
E de novo me faça feliz!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Destino vil, vil destino


Destino vil, vil destino
Que a minha vida ousaste mudar
Destino meu de libertino
Pela rua a vaguear

Destino cruel da minha vida
Minha glória está perdida
Destino vagabundo
De um sonhador
Que um dia conheceu o amor

O amor de quem não soube
Seu coração amar
O amor de quem não houve
A mais leve ternura no olhar

Deixa-me viver só mais um dia
Para amar e ser feliz
Deixa-me ouvir a melodia
De um mundo que eu sempre quis