terça-feira, 31 de março de 2009

Tirem-me

Tirem-me a alegria de viver
Tirem-me a força de amar
Façam-me sofrer
Façam-me chorar

Sejam mais ousados ainda
Tirem-me o riso e a palavra
Tirem-me o verso que finda
E qualquer abracadabra

Tirem-me todos os trunfos da manga
Até a mais vã confiança
E ainda assim,
Haverei de ter esperança

Tirem-me tudo isso
Tudo o que houver para tirar
Que enquanto eu tiver sonho
Jamais me irão alcançar!


Divagando III


Longe de ti, e tu aqui tão perto. Sinto-te, mas sei-te longe. O teu corpo sobre o meu, as mãos entrelaçadas. Sinto o fôlego do teu respirar. A loucura do momento levou-nos ali. Mas seria esse o porto desejado? Desenho os teus lábios num toque suave. Percorro-te com leves carícias. Admiro a perfeição desse teu corpo, a força dessa personalidade. E num abrir e fechar de olhos, tu já não estás. Partiste. Todas as noites a porta, aberta em vão, aguarda o teu regresso… Todas as noites me aconchego, fixando os olhos nessa porta… Imagino-te voltar… Aquele que um dia poderá voltar, mas que nunca virá para ficar… Acordo enrolada em mim…Esperando o teu abraço…